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DRAG, COMO ATO POLÍTICO

A luta contra padrões 

Ser drag queen não é só puro entretenimento, também tem um lado social e político. Isso pode ser percebido ao longa da história da arte drag, que cada vez mais foi fazendo uma conexão profunda com o ativismo político e social. Muitas drag queens que estão na mídia costumam repetir a frase “Ser drag queen é um ato político”. Mas a pergunta que fica, por que?

Segundo o artista cênico Igor Amanajás, escritor do artigo “Drag Queen: um percurso histórico pela arte dos atores transformistas” em estudos sociológicos e filosóficos, grupos de pessoas que gostariam de sair do padrão e ser considerarem desviantes foram encaixadas na teoria Queer. Transexuais, travestis e Drag Queen são as bandeiras dessa teoria, uma bandeira das atividades LGBTQ+. É a teoria é a reflexão que vem da pratica desses grupos de pessoas, consideradas diferentes.Por conta disso, Igor Amanajás acredita que um homem passar um batom na boca ou subir num salto se torna um ato político.

Nem toda manifestação política é em forma de arte, mas toda arte é uma manifestação política. Ser Drag é ser artista, e esses artistas carregam um peso enorme em suas mãos.        

IGOR AMANAJÁS, Artista Cênico 

A nova geração de Drag Queens, as “novatas” tem de saber que elas carregam uma grande responsabilidade social. Não é apenas se vestir, se maquiar, é sentir na pele a sua importância como artista comenta o artista cênico.

Para Igor, a cultura Drag Queen precisa de mais artistas mais críticos. Pessoas que tenham uma reflexão mais apuradas sobre sua arte, sobre sua estética. “Não é qualquer um que pode se tornar Drag. Ser Drag é ser um artista, um ator, um comediante, um dançarino. Ser um “performer”. Se você quer mesmo fazer a diferença, se tornar um ato político, ser a voz e a representação de muitas pessoas, faça valer a pena. Seja crítico. Não se maquie apenas por beleza, mas sim por descontentamento e que sacuda a estrutura vigente”.

Porém, esse ato pode ser praticado de diversas formas e também em diversos meios. “O Chico Anísio vestido de mulher interpretando personagem é um ato político. Um ato que é levado para todo Brasil e você vê sentado no sofá de casas; A aceitação de um ator vestido de mulher já se torna um passo positivo para a cultura Drag Queen.” discorre Igor.

Mas há quem use a drag queen como forma de representação artística que além do lado político, ajuda o lado pessoal. Esse é o caso da drag Perséfone O’Connor (21), é estudante de jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi, formado em maquiagem, atualmente trabalha em marketing e se monta de drag como hobby desde 2016.

Pedro (Perséfone) diz que foi com a ajuda da drag que ele lida com problemas pessoais, de autoestima e depressão. Além de ajudar a seguir em frente e encorajar a não ter medo de lutar e ser quem ele verdadeiramente é. “Perséfone vive constantemente comigo. Ás vezes penso, o que a minha drag faria nessa situação? Se algum cara opressor está passando na rua e olhando torto, eu vou levantar a minha cabeça e olhar torto de volta”.

A vontade de criar sua drag surgiu por causa de problemas de aceitação e da sua vontade de se posicionar diante da sociedade. “Para mim, ser drag é um ato político nesse sentido também. De me descobrir, me encorajar e também estar quebrando um padrão. Porque você não precisa nem falar nada, só de estar sentada ali montada de drag já é um ato político” concluí Perséfone.

O grupo de Drag Queens Manxs, sempre pensou nessa arte como uma forma de ato político. Isso se reflete nas roupas, maquiagem e inclusive em músicas. A letra de uma delas fala sobre o assunto. Confira um trecho.

REPORTAGEM: Diogo Quinto, Ellen Cristina e Gabriel Granja

FOTOGRAFIA:/VÍDEO: Ana Paula Catrib, Diogo Quinto e Lucélia Alves

© 2018 feito pelos Alunos do 7º Semestre de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Anhembi Morumbi

REPORTAGEM: Diogo Quinto, Ellen Cristina, Gabriel Granja e Raphael Christofoli   

DESIGNDiogo Quinto e Lucélia Alves

ARTES: Ellen Cristina e Lucélia Alves

VÍDEOS: Ana Paula Catrib e Diogo Quinto  

FOTOGRAFIA: Ana Paula Catrib, Diogo Quinto, Ellen Cristina e Lucélia Alves

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